Por: Lucas de Azevedo
Em plena guerra contra a invasão russa, a Ucrânia se vê abalada por um escândalo de corrupção no setor energético estatal que envolve desvios estimados em cerca de 100 milhões de dólares. Na última quarta-feira,19, a investigação, que durou 15 meses e contou com mais de 1.000 horas de escutas telefônicas, revelou uma rede que exigia propinas entre 10% e 15% em contratos da empresa nuclear estatal Energoatom, fundamental para o fornecimento energético do país. O caso provocou a renúncia dos ministros da Justiça e da Energia, aprofundando uma crise política num momento crítico, pois a Rússia intensifica ataques à infraestrutura energética ucraniana, gerando apagões no inverno.
Oleksandr Merezhko, legislador do partido do presidente Volodymyr Zelensky, comentou que “internamente, este escândalo será usado para minar a unidade e a estabilidade dentro do país. Externamente, nossos inimigos o usarão como argumento para interromper a ajuda à Ucrânia”.
Merezhko ainda ressaltou que a situação “parece muito ruim aos olhos de nossos parceiros europeus e americanos, enquanto os russos destroem nossa rede elétrica e as pessoas têm que suportar apagões, alguém no topo estava roubando dinheiro durante a guerra”.
O presidente Zelensky reafirmou que todos os envolvidos no esquema serão responsabilizados, destacando a importância de ações eficazes contra a corrupção para garantir o apoio internacional essencial para a resistência do país. A investigação resultou em dezenas de buscas e apreensões e na prisão de vários envolvidos.
A Energoatom confirmou a cooperação plena com as autoridades. O escândalo gerou preocupação em parceiros internacionais, como a Alemanha, que tem fornecido recursos significativos para o setor energético ucraniano.





