Por: Lucas de Azevedo
Às vésperas da COP30, prevista para acontecer em Belém do Pará, a União Europeia conseguiu fechar um acordo tenso sobre suas metas de redução de gases de efeito estufa para 2035 e 2040. De acordo com Monique Barbut, ministra francesa da Transição Ecológica, em entrevista concedida na última segunda-feira, 3, ela afirmou que “seria um desastre se não fechássemos um acordo ao menos para 2035 antes da COP30”.
O compromisso inclui uma flexibilização que permite aos países do bloco comprar créditos de carbono no exterior para atingir até 5% da meta de redução, o que, na prática, eleva a ambição de cortar 90% das emissões até 2040, em relação a 1990, para aproximadamente 85%.
No esforço de última hora, diplomatas enfrentaram profundas divisões, com países como Itália, Hungria, Polônia e República Tcheca resistindo às metas mais rigorosas propostas pela Comissão Europeia, enquanto estados escandinavos e a Alemanha apoiaram uma postura mais firme. Segundo o ministro alemão Carsten Schneider, em 4 de novembro, “a decisão deve ser tomada hoje” para garantir que a Europa entre na clima de Belém com um mandato de liderança clara.
Especialistas alertam que o atraso na definição dessas metas pode prejudicar a credibilidade do bloco como referência global em ações climáticas, uma preocupação reforçada por uma declaração recente de que a orbita de negociações foi marcada por “dificuldades extremas” e posições divergentes entre os países membros.
Enquanto isso, a preparação para a COP30 também enfrenta desafios adicionais, como o atraso na divulgação das novas NDCs europeias e a ausência de uma posição clara por parte dos Estados Unidos, que não participarão do evento devido à sua saída do Acordo de Paris durante a gestão Trump. A iniciativa busca alcançar uma redução significativa nas emissões globais, mas enfrentará obstáculos no momento em que o mundo tenta limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.
Como afirmou André Correia do Lago, presidente da COP30, em entrevista gravada em 2 de novembro, “a grande expectativa é que a Europa finalize suas metas antes da conferência, para que o mundo possa avançar com maior credibilidade”





