Por: Lucas de Azevedo
O governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, formalizou denúncia contra os Estados Unidos na ONU, chamando a ação de “roubo descarado e ato de pirataria internacional”. Em carta ao presidente do Conselho de Segurança, Samuel Zbogar, o chanceler Yván Gil Pinto exigiu a “libertação imediata e incondicional da tripulação sequestrada” e a devolução do petróleo “confiscado ilegalmente no alto-mar”, em entrevista coletiva concedida na última terça-feira (16).
“Não se trata de migração, narcotráfico, democracia ou direitos humanos; sempre se tratou de nossa riqueza natural, nosso petróleo que pertence exclusivamente ao povo venezuelano”, declarou o governo em nota oficial lida por Gil Pinto na mesma data, repudiando a operação americana de 10 de dezembro que apreendeu o navio sancionado por ligações com financiamento de terroristas.
Do lado americano, a procuradora-geral Pamela Bondi justificou a ação em postagem no X em 10 de dezembro, afirmando que o FBI, Segurança Nacional e Guarda Costeira executaram “mandado de apreensão de petroleiro usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã”, parte de rede ilícita de financiamento terrorista.
Bondi descreveu a operação como “segura e protegida”, em meio à mobilização militar de Trump no Caribe desde agosto para combater tráfico de drogas, com 26 barcos já bombardeados. Maduro, por sua vez, em comício recente em Caracas, instou o povo a agir como “guerreiros prontos para esmagar os dentes do império norte-americano”, elevando tensões na região.





