Votação do acordo UE-Mercosul adiada para janeiro; Itália e França forçam o adiamento

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A votação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul foi adiada para janeiro de 2026, confirmou um responsável da UE na úlitma quinta-feira (18), após a Itália apoiar o pedido da França para mais tempo de análise, especialmente para acalmar agricultores italianos preocupados com a concorrência sul-americana.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração a jornalistas no mesmo dia, revelou ter conversado por telefone com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, que “não se opõe ao acordo, mas está a pedir mais tempo para tranquilizar os agricultores italianos”, enfrentando “restrições políticas” e prometendo uma solução em “dez dias a um mês”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esperava viajar ao Brasil no sábado, 20 de dezembro, para selar o pacto com Lula e líderes do Mercosul em Foz do Iguaçu, mas o cronograma foi frustrado, gerando alertas da Alemanha e Espanha de que o atraso pode “acabar com o acordo para sempre”.

França, Polônia e Hungria também resistem à aprovação imediata, com o presidente Emmanuel Macron afirmando antes da reunião do Conselho da UE, que “o acordo não pode ser assinado como está”, exigindo mais salvaguardas para o setor agrícola europeu.

Lula, exercendo a presidência rotativa do Mercosul, disse às fontes diplomáticas que “não haveria mais acordo” sem assinatura neste fim de semana, mas o adiamento foi considerado aceitável pelos sul-americanos, com nova data prevista para início de janeiro. A decisão ocorre em meio a negociações de 25 anos, com o pacto criando a maior área de livre comércio do mundo, mas sob pressão interna na UE.

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